(Cartaz da época da Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo – evento que fez todas as artes mudarem no Brasil)
O início do século 20 viu uma briga entre as antigas escolas e os modernistas. A Semana de Arte Moderna, que aconteceu em São Paulo em 1922, foi recebida com crítica feroz pelos setores conservadores da sociedade, mas foi um marco na história da arte brasileira. Ela incluiu mostras de artes plásticas, aulas, concertos e leitura de poemas. Devido ao radicalismo (para a época) de alguns de seus poemas e música, os artistas foram vigorosamente vaiados e repelidos pela plateia, e a imprensa e críticos de arte em geral foram pesados em sua condenação. Entretanto, esses artistas são hoje vistos como os fundadores da Arte Moderna no Brasil.
(Um dos quadros mais conhecidos do Brasil, “Abaporu”, é de Tarsila do Amaral, que integrava o grupo de artistas da Semana de Arte Moderna de 1922)
A literatura modernista e a teoria da arte foram representadas por Oswald de Andrade, Sérgio Milliet, Menotti del Picchia e Mário de Andrade, cujo romance revolucionário Macunaíma (1928) é um dos textos fundadores do Modernismo brasileiro. A pintura foi representada por Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Lasar Segall e Vicente do Rego Monteiro; a escultura, por Victor Brecheret; e a música, por Heitor Villa-Lobos, o líder de um novo nacionalismo musical, entre muitos outros.
(Cândido Portinari, um dos pintores mais conhecidos do Brasil, era um modernista mais moderado e acabou sendo o pintor “oficial” do Governo do Brasil em meados do século 20)
A Semana não somente mostrou a um público mais amplo as tendências modernas e experimentais derivadas do Expressionismo, Cubismo e Surrealismo europeus, mas também queria fazer uso do folclore nacional como base para uma arte mais relevante para a realidade brasileira, com atenção especial ao social. Entretanto, o radicalismo daqueles primeiros modernistas não poderia durar muito tempo em uma sociedade acostumada a valores tradicionais, e os membros principais do grupo se separaram em 1929, seguindo caminhos individuais. O que a arte brasileira se tornou então foi uma mistura de alguns importantes feitos dos modernistas, significando a liberdade das regras acadêmicas, com tratos mais convencionais, nascendo na próxima geração um Modernismo moderado, melhor exemplificado pelo pintor Cândido Portinari, que era algo como o pintor “oficial” do Governo do Brasil em meados do século 20.
(Clarice Lispector, uma das maiores escritoras do Brasil, era especialista em escrever romances e contos existencialistas)
Dentro do grupo dos artistas brasileiros, o trabalho artístico de Chico Niedzielski estava espalhado por todo o país. Seu trabalho é conhecido por ser inspirado na Geometria Sagrada, quebrando a tendência de se focar em temas brasileiros e procurar por uma forma de arte brasileira mais universal e atemporal. A erosão do Modernismo radical nas artes visuais no início do século 20 não se refletiu na literatura brasileira. Clarice Lispector escreveu romances existencialistas e desenvolveu um estilo muito pessoal, repleto de fluidez de pensamento e epifanias. João Guimarães Rosa mudou a face da literatura brasileira com sua linguagem experimental, e o dramaturgo Nelson Rodrigues lidou com crime, preconceito, paixão e patologias sexuais.
(O ápice da arquitetura e escultura modernista ocorreu nos anos 1950, com o planejamento e construção da nova capital do Brasil, Brasília – hoje Patrimônio Mundial – na foto, o Palácio do Planalto, local de trabalho do Presidente da República)
Nos anos 1950, a pintura e escultura ganharam novamente força através do Abstracionismo, e a arquitetura começou a mostrar faces avançadas, influenciadas por Le Corbusier. Seu maior feito foi o núcleo urbano de Brasília, desenhado pelo urbanista Lúcio Costa e pelo arquiteto Oscar Niemeyer, hoje um Patrimônio Mundial. A arte contemporânea no Brasil evoluiu do Modernismo e assimilou tendências posteriores, focando principalmente no início do século 21 na vida urbana em todos os seus aspectos e mostrando uma enorme diversidade de estilos em sintonia com as tendências internacionais crescentes.