(Oficialmente “Carta a El-Rei Dom Manuel Sobre o Achamento do Brasil” foi o primeiro escrito literário feito em solo brasileiro tão logo os portugueses chegaram no litoral do país em abril de 1500)
Um dos primeiros documentos extensos que pode ser considerado como literatura brasileira é a Carta de Pero Vaz de Caminha. Escrita por Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel I de Portugal, ela contém uma descrição de como era o Brasil em 1500. Diários de viajantes e tratados descritivos da “América portuguesa” dominaram a produção literária pelos próximos dois séculos, incluindo relatos bem conhecidos de Jean de Léry e Hans Staden, cuja história de seu encontro com os índios tupi no litoral de São Paulo foi extraordinariamente influente para as concepções europeias sobre o Novo Mundo.
(Basílio da Gama, um dos principais poetas do Brasil colonial, engrandecia os feitos portugueses sobre os espanhóis)
Alguns exemplos literários mais explícitos sobreviveram desse período, como o poema épico de Basílio da Gama celebrando a conquista das Missões pelos portugueses, e o trabalho de Gregório de Matos, um advogado de Salvador do século 17 que produziu grande volume de poesia satírica, religiosa e secular. Matos tinha intensas influências barrocas, tais como os poetas espanhóis Luis de Góngora e Francisco de Quevedo.
(A casa do poeta neoclássico Tomás Antônio Gonzaga em Ouro Preto, estado de Minas Gerais, onde foi ouvidor da cidade por 6 anos, está preservada)
O neoclassicismo se espalhou pelo Brasil durante o século 18, seguindo o estilo italiano. A literatura era frequentemente produzida por membros temporários ou semi-permanentes de academias e a maior parte do conteúdo era do gênero pastoral. O centro literário mais importante do Brasil colonial era a próspera região de Minas Gerais, conhecida por suas minas de ouro, onde um movimento proto-nacionalista havia se iniciado. Os poetas mais importantes foram Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Manuel Inácio da Silva Alvarenga, todos eles envolvidos em um levante contra o governo colonial. Como consequência, Tomás Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa foram exilados para a África.