(Carlos Drummond de Andrade foi um dos maiores poetas da literatura brasileira de todos os tempos, ativo durante todo o século 20)
O que definiu o Modernismo brasileiro eram dois itens: experimentos com a língua e uma consciência social elevada, ou uma mistura dos dois – como foi o caso de Oswald de Andrade, que foi brevemente atraído pelo movimento comunista. A reação para o Modernismo, então, assumiu a forma de uma mistura entre sua característica mais marcante, o uso de uma linguagem literária mais formal (como foi o caso da então chamada “geração de 1945”, cujos dois ícones foram, primeiramente, o altamente físico poeta João Cabral de Melo Neto, que se opunha ao modernismo poético de Carlos Drummond de Andrade e, em segundo lugar, os sonetos – tanto nos modelos italiano e inglês – início da carreira de Vinicius de Moraes), seguido de doses variadas, de acordo com o autor considerado, de subjetivismo, conservadorismo político e militância Católica.
(Uma das mais importantes escritoras brasileiras da história da literatura nacional, Clarice Lispector escreveu primariamente romances existencialistas para tocar a alma do leitor)
Dois escritores dessa “escola” que publicaram após os anos 1950 estão sem dúvida já dentro dos cânones da literatura brasileira: Clarice Lispector, cujos romances existencialistas e contos são repletos de fluidez do pensamento e epifanias, e João Guimarães Rosa, cuja linguagem experimental mudou a face da literatura brasileira para sempre. Seu romance Grande Sertão: Veredas foi comparado a Ulisses, de James Joyce ou a Berlin Alexanderplatz de Alfred Döblin e apareceu na Biblioteca Mundial Bokklubben como um dos 100 melhores romances de todos os tempos. João Guimarães Rosa é considerado por muitos como o maior escritor brasileiro de todos os tempos, rivalizando com Machado de Assis.
(Nelson Rodrigues é até hoje considerado o maior dramaturgo do Brasil – suas peças continuam sempre em cartaz pelo país)
Seguindo o despertar do subjetivismo conservador inaugurado pelos romancistas militantes católicos e polêmicos, como Octavio de Faria, Lúcio Cardoso, Cornélio Penna e Gustavo Corção, Nelson Rodrigues fez sua carreira como escritor de peças e jornalista esportivo. Suas peças e contos – esses principalmente publicados como folhetins em jornais – fazem uma crônica da moral social dos anos 1950 e 1960; o adultério e as patologias sexuais eram sua grande fixação. Suas escritas esportivas descrevem a evolução do futebol a se tornar uma paixão nacional do Brasil. Ele era muito crítico dos jovens de esquerda que se opunham à ditadura militar após o golpe de 1964; por isso, ele foi taxado como sendo de direita e conservador. Por um tempo sendo muito a favor da ditadura, ele teve que sofrer o destino trágico de ter um de seus filhos torturado e preso por participar de uma organização de guerrilha ilegal.