A música popular do Brasil varia muitíssimo e sempre foi muito diversa, desde o final do século 19 aos cantores que arrebatam multidões em seus shows hoje. Veja exemplos (e ouça) os vários estilos que marcam o Brasil:
(O pianista Ernesto Nazareth compôs este choro aos 14 anos de idade)
O choro, tradicionalmente chamado de chorinho é um estilo instrumental e suas origens estão no século 19 no Rio de Janeiro. Originalmente o choro era tocado por um trio de flauta, violão e cavaquinho. O jovem pianista Ernesto Nazareth publicou seu primeiro choro, “Não Caio Noutra” em 1878 aos 14 anos de idade. Os choros de Nazareth são normalmente listados como polcas; ele também compôs valsas, milongas e tangos brasileiros (ele resistia ao termo popular maxixe para representar o tango brasileiro).
(A maior representante do choro brasileiro foi Chiquinha Gonzaga. Neste vídeo, seu maior sucesso, “Atraente” – ela também foi a primeira maestrina do Brasil)
Chiquinha Gonzaga foi outra importante compositora de choros e começou logo após Nazareth. Chiquinha Gonzaga compôs seu primeiro sucesso, a polca-choro “Atraente”, em 1877. No início, o sucesso do choro vinha de grupos informais de amigos que tocavam em festas, botecos, ruas, forrobodós etc. Na década de 1910, a maior parte das primeiras gravações fonográficas brasileiras eram de choros. O sucesso em massa desse estilo de música (por volta da década de 1930) veio dos primeiros anos do rádio, quando as bandas tocavam ao vivo no ar. Nas décadas de 1950 e 1960 o choro foi substituído pelo samba e bossa nova e outros estilos de música popular brasileira, mas ainda era ativo em círculos amadores chamados de “rodas de choro” (encontros informais de choro em residências e botecos). Entretanto, no final da década de 1970 houve um movimento, com sucesso, para revitalizar o gênero liderado por alguns artistas famosos: Pixinguinha, Waldir Azevedo e Jacob do Bandolim.
(O samba mais conhecido de todos os tempos, que virou sinônimo de Brasil internacionalmente, “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso)
Em 1929, por causa da abertura da primeira estação de rádio do Rio de Janeiro, a então chamada “era do rádio” começou a espalhar músicas – especialmente o samba em seu formato atual – para a grande população. Esse período foi dominado por alguns poucos intérpretes homens – notavelmente Almirante, Braguinha, Mário Reis, Sílvio Caldas, Francisco Alves e as irmãs Aurora Miranda e Carmen Miranda, que acabou indo para Hollywood e se tornou uma estrela do cinema. A música popular incluía instrumento s tais como cuícas, tamborins, frigideiras (“tocadas” com um bastão de metal), flautas e violões. Compositores de samba nesse estágio inicial incluíam Noel Rosa, além de Lamartine Babo e, por volta da época da Segunda Guerra Mundial, Ary Barroso.
(A diferença do samba-enredo, utilizado nos desfiles de Carnaval competitivos, este de 2001 em homenagem a Silvio Santos, um dos personagens mais icônicos do Brasil e a figura mais conhecida da televisão brasileira)
Há a diferença do samba-enredo, um subgênero do samba que são tocados por uma escola de samba para as festividades do Carnaval brasileiro. Cada escola de samba cria um novo samba-enredo em antecipação para o Carnaval do ano seguinte, que é selecionado para competição, a ser apresentado nos desfiles finais do Carnaval e em eventos que precedem o Carnaval.
(Maysa Matarazzo foi um dos principais nomes da primeira fase da MPB, com músicas em português e covers de sucessos internacionais)
O estágio inicial da MPB (da Segunda Guerra Mundial até metade da década de 1960) foi composto por cantores como Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Jamelão, Agostinho dos Santos, Anísio Silva, Ataulfo Alves, Carlos Galhardo, Ciro Monteiro, Ismael Silva, João Dias, Jorge Goulart, Miltinho, Jorge Veiga e Francisco Egídio. Entre as cantoras que apareceram na cena musical nacional estão Nora Ney, Dolores Duran, Ângela Maria, Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira, Maysa Matarazzo, as irmãs Linda Batista e Dircinha Batista, entre outras.
(Elis Regina foi uma das maiores cantoras que o Brasil já teve, aqui cantando um de seus maiores sucessos, “Como os Nossos Pais”)
O segundo estágio da MPB – após a divisão da Bossa Nova (1959) / Jovem Guarda (1965) / Tropicalismo (1967) – se refere à música popular destinada à grande parte da população brasileira. Artistas da MPB muito conhecidos incluem, entre outros, cantores tais como Elis Regina, Nara Leão, Maria Bethânia, Mônica da Silva, Simone, Chico Buarque, Caetano Veloso, Roberto Carlos, Jorge Ben Jor, Milton Nascimento, Gilberto Gil, João Bosco, Ivan Lins e Djavan.
(Simplesmente a música brasileira mais conhecida mundialmente, a segunda canção mais regravada em toda a história, perdendo somente para “Yesterday” dos Beatles. Aqui Tom Jobim no piano acompanhado de ninguém menos que Frank Sinatra)
As primeiras gravações de bossa nova feitas por João Gilberto, no final da década de 1950, rapidamente se tornaram um enorme sucesso no Brasil. Antonio Carlos Jobim e outros compositores ajudaram a desenvolver ainda mais essa fusão de harmonias de jazz com uma batida de samba mais suave e mais lenta, que se desenvolveram nos bairros praianos de Ipanema e, mais tarde, nas casas noturnas de Copacabana. A Bossa Nova foi apresentada ao resto do mundo por músicos de jazz americanos no início da década de 1960, e a canção “Garota de Ipanema” provavelmente ainda permanece como a mais conhecida exportação musical brasileira, acabando por se tornar um padrão do jazz.
(O grupo Diante do Trono se tornou o maior de música de adoração contemporânea da América Latina)
A música religiosa surgiu no Brasil antes da década de 1960 com hinos que foram trazidos e traduzidos por missionários portugueses e americanos. No final da mesma década, os primeiros cantores de grupos de música cristã surgiram no Brasil, mas as músicas não eram consideradas como de valor. A música religiosa se tornou imensamente popular no Brasil no final da década de 1990, com o surgimento de grupos congregacionais e bandas como Diante do Trono, liderada por Ana Paula Valadão. O Diante do Trono se tornou o maior grupo de música de adoração contemporânea da América Latina.
(Os Mutantes foram uma das bandas mais importantes do início do rock brasileiro, liderados por Rita Lee, que depois seguiu uma sólida carreira solo)
O estilo musical conhecido no Brasil como “rock ‘n roll brasileiro” data de uma versão cover em português de “Rock Around the Clock” em 1954. Na década de 1960, jovens cantores como Roberto Carlos e o movimento da Jovem Guarda eram muito populares. A década de 1960 também viu o surgimento de bandas tais como os “tropicalistas” Os Mutantes e a experimental (misturando rock progressivo, jazz e música popular brasileira) Som Imaginário.
(A década de 1970 viu uma diversidade de subgêneros do rock no Brasil. Aqui um dos artistas mais famosos dessa época, Raul Seixas em um de seus maiores sucessos, “Metamorfose Ambulante”)
A década de 1970 viu o surgimento de muitas bandas de rock progressivo e/ou hard rock, tais como O Terço, A Bolha, A Barca do Sol, Som Nosso de Cada Dia, Vimana e Bacamarte, algumas das quais tiveram reconhecimento internacional. Rita Lee, em carreira solo após Os Mutantes, foi a campeã da estética do glam-rock no Brasil. A Casa das Máquinas e a Patrulha do Espaço eram mais bandas de hard rock, e os similares (Raul Seixas, Secos e Molhados, Novos Baianos e A Cor do Som) misturaram o gênero com a música tradicional brasileira. No final da década de 1970, a cena punk rock brasileira começou em São Paulo e em Brasília, explodindo na década de 1980, com Inocentes, Cólera, Ratos de Porão, Garotos Podres etc.
(O Barão Vermelho foi uma das bandas de maior sucesso da música brasileira, liderada pelo carisma do instável Cazuza, que também lançou vários sucessos nacionais solo)
A explosão comercial real do rock brasileiro ocorreu na década de 1980, com muitas bandas e artistas como a Blitz, Gang 90, Barão Vermelho, Legião Urbana, Lobão, Engenheiros do Hawaii, Titãs, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso e muitos outros, e festivais como o Rock in Rio e o Hollywood Rock. O final da década de 1980 e início da de 1990 também testemunharam o início de uma inspiração da cena eletrônica, com potencial comercial muito mais limitado mas alcançando alguma aclamação da crítica: Suba, Loop B, Harry etc.
(Os Mamonas Assassinas arrebataram o Brasil, vendendo milhões de cópias e todos os integrantes morreram em um acidente de avião no auge do sucesso, um episódio que chocou muito os brasileiros na época)
Na década de 1990, a ascensão meteórica dos Mamonas Assassinas, que venderam 3 milhões de cópias de seu único álbum, tiveram um final trágico quando o avião da banda caiu, matando os cinco integrantes da banda, o piloto e co-piloto. Outras bandas que obtiveram sucesso comercial incluem Jota Quest, Raimundos e Skank, enquanto Chico Science & Nação Zumbi e todo o movimento Mangue Bit recebeu muita atenção da crítica, mas muito pouco sucesso comercial – sucesso que declinou após a morte de um de seus fundadores, Chico Science.
(O Pato Fu, banda de sucesso até hoje no Brasil, já foi considerada uma das melhores do mundo)
Foi também nos anos 1990 que as primeiras sementes que viriam a crescer como a cena indie brasileira foram plantadas, com a criação de festivais indie tais como o Abril Pro Rock e, mais tarde na década, o Porão do Rock. A banda Pato Fu foi considerada pela revista Time como uma das dez melhores bandas do mundo fora dos Estados Unidos. É também conhecida por regravar sucessos brasileiros e internacionais utilizando instrumentos de brinquedo.
(A cantora Pitty, vinda da cena indie, é uma das mais populares cantoras atualmente no Brasil)
A cantora Pitty é também muito popular. A cena indie cresceu exponencialmente desde o início dos anos 2000, com mais e mais festivais acontecendo por todo o país. Entretanto, devido a vários fatores incluindo, mas não limitado, ao colapso mundial da indústria da música, toda a agitação na cena indie fracassou em conseguir sucesso internacional, mas no Brasil eles desenvolveram um movimento cultural real e substancial. Essa cena ainda é em muito um gueto, com bandas capturando a atenção de críticos internacionais, mas muitos tocando novamente no Brasil quando se tornam populares no exterior, devido à falta de apoio financeiro e material que poderia permitir que eles tivessem uma carreira desenvolvida.
(A banda alternativa CSS – significando “Cansei de Ser Sexy” – foi aclamada em todo o mundo no cenário indie de todos os continentes, inesperadamente)
Uma exceção notável é a CSS, uma banda de eletro rock alternativa que lançou uma carreira internacional de sucesso, se apresentando em festivais e casas de show na América do Norte, Europa, Ásia e Austrália. Outro exemplo único de sucesso através da cena da música independente que chegou às massas é a banda Móveis Coloniais de Acaju. A banda possui seu próprio estilo, algo entre o rock e o folk, e é reconhecida como a mais importante banda independente do Brasil. A gravadora Trama tenta apoiar algumas bandas com estrutura e exposição, e pode ser creditada como um dos principais apoios do CSS e mais tarde da Móveis Coloniais de Acaju.
(O Sepultura é a banda de heavy metal brasileiro mais conhecida no mundo, sendo uma das mais importantes do planeta nesse gênero)
O metal brasileiro se originou em meados dos anos 1980 com três cenas proeminentes: Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. As bandas brasileiras de metal mais famosas são o Sepultura, Angra, Krisiun, Rebaelliun, Nephasth, Dr. Sin, Shaaman, Violator e o cantor André Matos. O Sepultura é considerada uma banda de thrash metal influente, influenciando o desenvolvimento do death metal.
(A Autoramas é uma das principais bandas de metal surgidas no Brasil no século 21)
Bandas famosas dos anos 1980 incluem Korzus, Sarcófago, Overdose, Dorsal Atlântica, Viper, MX, PUS, Mutilator, Chakal, Vulcano e Attomica. As bandas dos anos 1990 incluem Andralis, MQN, Macaco Bong, Black Drawing Chalks, Superguidis, Mental Hor, The Mist, Scars, Distraught, Torture Squad, Eterna e Silent Cry. As bandas dos anos 2000 incluem It’s All Red, Eyes of Shiva, Autoramas, Tuatha de Danann, Claustrofobia, Quimere, Apokalyptic Raids, Project46, Wizards e Andragonia.
(Mallu Magalhães, que canta tanto em português quanto em inglês, surgiu como um fenômeno da internet)
A nova cena folk brasileira não pode ser confundida com música folclórica brasileira. A primeira cantora a ser reconhecida nacionalmente foi o fenômeno de internet Mallu Magalhães, que tocou covers de seus artistas favoritos em inglês e suas próprias músicas tanto em inglês quanto em português (assim bem como outros idiomas). Magalhães só lançou seu primeiro álbum em 2008, apesar de nessa época ela já ser amplamente reconhecida como a voz dessa repentina cena folk brasileira.
(Seguindo o sucesso massivo de Mallu Magalhães, veio a banda Vanguart, liderada nada menos do que pelo ex-namorado dela)
O ex-namorado dela, Hélio Flanders, é o vocalista de outro grupo folk brasileiro chamado Vanguart. Apesar de o Vanguart já ter um álbum lançado antes de Mallu Magalhães, foi sua aparição que os consolidou e também a outros no cenário musical principal brasileiro, chegando ao topo das listas de mais vendidos e aparecendo no horário nobre na televisão e em comerciais. Outros artistas surgiram após o mercado ter sido aberto para o folk. Escrever em inglês é cada vez mais comum entre os artistas do rock e folk brasileiros. Isso é muito criticado pelos puristas da língua portuguesa, apesar de ter ajudado a promover artistas brasileiros em outros países (CSS é um exemplo perfeito).
(Zezé di Camargo e Luciano são umas das duplas sertanejas de maior sucesso no Brasil de todos os tempos – “É o Amor” é uma música que todos os brasileiros conhecem – sua vida rendeu um filme biográfico que até hoje foi o filme brasileiro mais visto de todos os tempos)
O sertanejo é um estilo musical que teve suas origens no interior do Brasil nos anos 1920. É o estilo musical mais popular no Brasil, particularmente nas regiões centro-oeste, sudeste e sul do país. Os subgêneros incluem o sertanejo de raiz, sertanejo romântico e o sertanejo universitário.
(Leandro e Leonardo também foram uma dupla de massivo sucesso em todo o território brasileiro. Hoje Leonardo segue carreira solo após a morte de seu irmão Leandro)
As músicas sertanejas foram, desde os anos 1990, o gênero musical mais tocado nas rádios brasileiras, constantemente chegando ao topo das mais vendidas. Além do mais, de 2000 a 2003 e desde 2009, os álbuns de música sertaneja ganharam uma categoria específica na premiação do Grammy Latino.
(Paula Fernandes é uma das vozes mais reconhecidas no cenário musical brasileiro, não só restrita ao sertanejo – neste vídeo ela canta com outra dupla contemporânea muito popular, Victor & Léo)
A maior parte dos artistas sertanejos são compostos de duplas, algumas vezes feitas de irmãos, tipicamente com um deles sendo a segunda voz do outro. Os homens tradicionalmente dominaram a cena, apesar de recentemente algumas mulheres (notavelmente Paula Fernandes e Maria Cecília) também alcançaram sucesso nacional.
(Luan Santana é um dos principais nomes do subgênero sertanejo universitário, misturando com música pop)
O subgênero chamado de sertanejo universitário se desenvolveu a partir dos anos 2000, consistindo de um uso mais acústico e despojado dos violões e cresceu muito, sendo muito popular entre os jovens brasileiros.
(Sérgio Reis foi um dos precursores do sertanejo no Brasil e foi de grande sucesso por décadas)
A introdução da guitarra elétrica e o chamado “ritmo jovem”, representado por Leo Canhoto e Robertinho no final dos anos 1960, foi o início da música country moderna. Um membro do movimento musical da Jovem Guarda, o cantor Sérgio Reis foi em 1970 gravar um repertório tradicional, contribuindo para maior propagação do gênero. Renato Teixeira foi outro artista de destaque nessa época. Na época, o local de apresentação das músicas sertanejas era no circo, em rodeios e especialmente em rádios AM. No início dos anos 1980, essa propagação foi para as rádios FM e também para a televisão – tanto em programas dominicais de manhã ou fazendo parte de trilhas sonoras de novelas ou em especiais de TV.
(Na década de 1980, o sertanejo se tornou massivo no Brasil e muitas duplas de enorme sucesso surgiram, como Chitãozinho e Xororó)
Durante os anos 1980, houve uma exploração comercial em massa do sertanejo, fazendo releituras de sucessos internacionais e até mesmo da Jovem Guarda. Nessa nova tendência romântica da música country, inúmeros artistas surgiram, quase todos em duplas, entre os quais o Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano, Chrystian & Ralf, João Paulo & Daniel, Chico Rey & Paraná, João Mineiro e Marciano, Gian e Giovani, Rick & Renner, Gilberto e Gilmar, Alan e Aladim.
(Um dos maiores sucessos dessa época do sertanejo, “Entre Tapas e Beijos”, aqui interpretada por uma das principais duplas, Leandro e Leonardo)
Também fizeram sucesso algumas cantoras, tais como Roberta Miranda, Aula Miranda e Nalva Aguiar. Alguns dos sucessos dessa fase estão “Fio de Cabelo”, composta por Marciano e Darci Rossi, “Apartamento 37”, de Leo Canhoto, “Pense em Mim”, de Douglas in May, “Entre Tapas e Beijos”, de Nilton Lamas e Antonio Bueno e “Evidências”, de José Augusto e Paulo Sergio Valle.
(Almir Sater foi um artista que toca o violão muito bem, diferindo dos demais artistas que normalmente somente cantavam outras composições)
Contra essa tendência da música sertaneja mais comercial, nomes como a dupla Pena Branca e Xavantinho reapareceram, adaptando a linguagem da MPB e seu sucesso do violão, e novos artistas como Almir Sater apareceram, um violonista sofisticado, que variava os estilos do violão com o blues. Na década seguinte, uma nova geração de artistas sertanejos, incluindo Roberto Correa, Ivan Vilela, Pereira da Viola e Chico Lobo e Miltinho Edilberto, surgiram querendo reunir as tradições caipiras.
(Victor & Leo são uma das duplas de maior sucesso que apareceram no cenário sertanejo na década de 2000)
A indústria fonográfica lançou então nos anos 2000 um movimento similar chamado sertanejo universitário, com nomes como Marcos & Leo, João Bosco & Vinicius, César Menotti & Fabiano, Jorge & Mateus, Victor & Leo, Fernando & Sorocaba, Marcos & Belutti, João Neto & Frederico e outros.
(O sertanejo universitário viu o gênero ultrapassar as fronteiras do Brasil e ganhou primeiramente o mundo com Michel Teló e o imenso sucesso “Ai Se Eu Te Pego”)
O sertanejo universitário é uma variação popular do sertanejo tradicional. Ao invés dos tradicionais violões e acordeões, sintetizadores e guitarras elétricas são usados com mais frequência. O subgênero é cantado, e mais popular, com pessoas frequentando a universidade, por isso a variação tem esse nome. Esse é o estilo musical tocado em festas universitárias, como “Ai Se Eu Te Pego” de Michel Teló, que fez do gênero um sucesso internacional com essa música.
(Gusttavo Lima também foi sucesso mundial com sua música “Balada”, com seu refrão que poderia ser cantarolado em qualquer idioma)
Esse estilo específico foi muito bem recebido internacionalmente. Além do sucesso massivo de “Ai Se Eu Te Pego” nas mais tocadas de dezenas de países, outras que tiveram sucesso na Europa e outros países incluem “Bara Bará Bere Berê”, “Balada”, de Gusttavo Lima, “Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha” e “Lê Lê Lê”.
(O frevo, um dos estilos musicais do nordeste do Brasil de maior sucesso, principalmente no estado de Pernambuco e é o centro das atenções no Carnaval anual local em Recife e Olinda)
Música do nordeste é um termo genérico para qualquer música popular da imensa região nordeste do Brasil, incluindo tanto as regiões litorâneas quanto o interior. Os ritmos são lentos e mais arrastados, e são derivados de violões ao invés de instrumentos de percussão como no resto do Brasil – nessa região, os ritmos africanos e as melodias portuguesas se combinaram para formar o maracatu. Mais influente, entretanto, na região do entorno do estado de Pernambuco, é o frevo.
(A música do povo gaúcho do sul do Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, é muito difundida e parte arraigada e de orgulho de quem nasceu no estado, distinto em muitos aspectos do restante do Brasil – os gaúchos são um povo que habita o sul do Brasil, parte do norte da Argentina e o Uruguai)
A “música do sul”, ou música gaúcha é um termo geral utilizado para designar a música tradicional do estado do Rio Grande do Sul, na região sul do Brasil. Alguns dos músicos mais famosos desse gênero são Renato Borghetti, Yamandu Costa, Jayme Caetano Braun e Luiz Marenco, entre outros. As músicas gaúchas apresentam temas de tradições do gaúcho: o campo, a fazenda, o cavalo, valores morais, culinária regional e mulheres. A música é construída de maneira lenta e íntima, com letras tendo metáforas em abundância.
(O grupo de percussão da Bahia, Olodum, é o maior representante da música de Salvador, capital do estado. Ficaram mundialmente famosos ao tocarem com Michael Jackson no clipe oficial do enorme sucesso “They Don’t Care About Us”, filmado em Salvador e no Rio de Janeiro)
No final dos anos 1960, um grupo de baianos negros começou a se vestir como indígenas durante o Carnaval de Salvador, identificando-se com seu passado de luta em comum na história. Nos anos 1970 o grupo mais importante foi o Ilê Aiyê, que se identificava com o povo iorubá da África. Esse grupo acabou por dar origem ao Olodum, um bloco-afro do Carnaval de Salvador. Era a opção para os moradores da região do Pelourinho o direito de sair no Carnaval em um só bloco de forma organizada. É uma organização não-governamental do movimento negro brasileiro. Ficaram mundialmente famosos ao gravarem o clipe de Michael Jackson, “They Don’t Care About Us” junto ao Rei do Pop em Salvador.
(Valesca Popozuda é um dos maiores nomes do funk carioca no Brasil no momento, saída da periferia e agora criando clipes com alta produção como no vídeo acima)
O funk carioca é um tipo de música dançante que nasceu no Rio de Janeiro, derivada do que era até o final dos anos 1990 o superficialmente similar Miami Bass. No Rio é mais simplesmente conhecida como funk, apesar de ser completamente diferente musicalmente do que funk significa em outros países e contextos.
(O funk se espalhou pelo país e de São Paulo veio uma nova leva de artistas, muitos deles bem novos, aqui uma das primeiras músicas do MC Gui, que hoje alterna entre o funk e outros estilos musicais)
O funk, assim como outros tipos de hip-hop, se utiliza muito de samples, tanto internacionais como de músicas de funk do passado. Muitas músicas de funk utilizaram partes da música tema do filme Rocky, um Lutador. O funk foi introduzido no Brasil de forma sistemática nos anos 1980. Muitos artistas do funk se associaram abertamente a movimentos negros e frequentemente nas letras de suas músicas, comentários do relacionamento entre as raças abertamente expressa o orgulho negro.
(Uma das primeiras músicas de hip-hop lançadas no Brasil pelos Racionais MC’s, que fazem sucesso no gênero até hoje)
Em São Paulo e em outros lugares do sul do Brasil, em regiões mais urbanas, o hip-hop é muito popular. Os rappers são chamados de “rapeiros”, se vestindo de forma similar aos americanos. As músicas do início do hip-hop brasileiro se baseavam em rimas faladas sobre bases de dance com partes retiradas de álbuns de funk, com “arranhões” ocasionais.
(Uma mistura de gêneros: o rapeiro Rappin Hood com o hip-hop e Caetano Veloso entrando com a MPB)
O hip-hop brasileiro é muito associado com assuntos raciais e econômicos no país, onde muitos afro-brasileiros vivem em comunidades pobres, conhecidas no Brasil como favelas. Foi em São Paulo que o hip-hop surgiu no país, mas logo se espalhou por todo o Brasil, e hoje, quase toda cidade grande brasileira, incluindo Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Brasília, tem uma cena hip-hop. São Paulo ganhou uma cena de rap underground forte desde seu surgimento nos anos 1980, com muitas gravadoras independentes formando rapeiros jovens para se estabelecerem.
(Roberto Carlos é o cantor de sucesso mais antigo do Brasil ainda em atividade, fazendo shows e tendo vendido dezenas de milhões de discos no Brasil e exterior – aqui talvez seu maior sucesso, “Emoções”)
Roberto Carlos (nascido em 19 de abril de 1941) é o cantor de maior sucesso comercial do Brasil, também conhecido como Rei da Música Latina ou simplesmente O Rei. A maior parte de suas músicas foram escritas com seu amigo, cantor e compositor Erasmo Carlos. Roberto Carlos vendeu mais de 120 milhões de discos em todo o mundo. Ele é considerado um dos artistas mais influentes do Brasil nos anos 1960, sendo citado como fonte de inspiração por muitos artistas ou bandas até mesmo nos anos 1980. Sua fortuna é estimada em 160 milhões de dólares.
(Seu Jorge – da periferia do Rio de Janeiro ao sucesso internacional)
Seu Jorge (nascido em 8 de junho de 1970), cresceu na cidade de Belford Roxo, na periferia do Rio de Janeiro. Quando tinha 19 anos, se tornou sem teto e assim ficou por três anos; seu talento musical floresceu quando ele morava nas ruas e ele se tornou conhecido nas favelas. Ele é considerado por muitos como um renovador do samba popular brasileiro. Seu Jorge cita as escolas de samba e o cantor americano Stevie Wonder como suas principais inspirações. Ele também é conhecido pelas suas participações nos filmes Cidade de Deus (2002) e A Vida Aquática com Steve Zissou (2004). Seu trabalho musical recebeu muita aclamação de seus colegas músicos, incluindo Beck e David Bowie.
(Ivete Sangalo é a cantora de maior sucesso entre a grande parte da população, em todas as regiões do Brasil)
Ivete Sangalo (nascida em 27 de maio de 1972) é uma das mais populares cantoras brasileiras e uma das que mais vendeu discos, com seis álbuns lançados com a Banda Eva e sete outros em carreira solo. Ivete Sangalo é mais reconhecida por sua voz potente, carisma e apresentações ao vivo. Sua música é também muito popular em Portugal. Ela vendeu 15 milhões de cópias de seus álbuns.
(Anitta saiu do funk e seguiu uma carreira pop que está nos últimos anos chegando a receber reconhecimento internacional)
Anitta (nascida em 30 de março de 1993), já empresariada hoje por uma companhia americana em parte de propriedade de Justin Bieber. Tendo começado a cantar aos 8 anos no coral de uma igreja do Rio de Janeiro, aos 16 anos foi para uma escola técnica e trabalhar na mineradora Vale. Em 2010, após postar um vídeo no YouTube, o produtor de funk de uma gravadora a contratou. Devido ao sucesso de “Meiga e Abusada”, em 2012, foi contratada pela Warner. Seu primeiro reconhecimento em todo o Brasil foi com “Show das Poderosas”, chegando ao número 1 por várias semanas e seus próximos álbuns recebendo múltiplos discos de platina. Ganhou 3 vezes o prêmio de Melhor Artista Brasileira no MTV Europe Music Awards e a primeira brasileira a ganhar na categoria Melhor Artista Latino. Em 2017, foi escolhida pela Billboard como a 15ª artista mais influente no mundo das redes sociais, passando à frente de artistas como Lady Gaga, Shakira e Rihanna.
(Gusttavo Lima, um dos principais nomes do sertanejo universitário, já teve suas músicas dentre as mais tocadas em todo o mundo)
Gusttavo Lima (nascido em 3 de setembro de 1989) é conhecido no Brasil por seus vários sucessos, como “Rosas, Versos e Vinhos”, “Inventor dos Amores”, “Cor de Ouro” e ganhou fama e sucesso internacionais através da música “Balada”. Ele é normalmente comparado com outros cantores sertanejos contemporâneos como Luan Santana e Michel Teló. Sua música “Balada” chegou ao número 3 no Brasil e na Alemanha; número 2 na Áustria e no topo das mais tocadas na Bélgica, França, Itália, Holanda e Suíça.
(O primeiro grande sucesso nacional de Luan Santana, “Meteoro”)
Luan Santana (nascido em 13 de março de 1991) teve seu primeiro álbum ao vivo lançado com estrondoso sucesso, vendendo mais de 100 mil cópias. Seu segundo álbum foi gravado ao vivo na HSBC Arena, no Rio de Janeiro e lançado em 2011. O primeiro single, “Adrenalina” chegou ao topo das mais tocadas da Billboard. O segundo single do álbum, “Química do Amor” é em conjunto com Ivete Sangalo, que também figura aqui nesta lista dos cantores mais populares do Brasil. Seu álbum 1977 foi indicado para o Grammy Latino 2017 na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja.