(A bandeira adotada em 1889 após um período de 4 dias com uma cópia da norte-americana – pode ser vista no título da página – no seu formato atual, mas com somente 21 estrelas, o número de estados à época)
Dom Pedro II foi deposto em 15 de novembro de 1889 por um golpe militar republicano liderado pelo General Deodoro da Fonseca, que acabou tornando-se o primeiro presidente de facto através da ascensão militar. O nome do país se tornou República dos Estados Unidos do Brasil (que em 1967 foi alterado para República Federativa do Brasil). Dois presidentes militares ficaram no poder por quatro anos de ditadura em meio a conflitos, entre as elites militares e políticas (duas revoltas navais, seguida por uma revolta federalista), e uma crise econômica devido aos efeitos do estouro de uma bolha financeira, o chamado encilhamento.
(A Primeira Constituição Republicana, de 1891, dividiu o Estado em três poderes, mas ao mesmo tempo proibia a maior parte da população do sufrágio)
De 1889 a 1930, apesar de o país ser formalmente uma democracia constitucional, a Primeira Constituição Republicana, criada em 1891, estabelecia que as mulheres e os analfabetos (na época, a maioria da população) não poderiam votar. O presidencialismo foi adotado como forma de governo e o Estado foi dividido em três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), “harmoniosos e independentes uns dos outros”. O mandato presidencial foi estabelecido em quatro anos, e as eleições se tornaram diretas.
(O coronelismo sempre existiu em famílias oligárquicas brasileiras. Acima, quatro representantes atuais de oligarquias: família Neves da Cunha, de Minas Gerais, na forma de Aécio Neves, tendo sido senador e candidato à Presidência da República, família Calheiros, de Alagoas, na forma de Renan Calheiros, tendo sido Presidente do Senado, família Sarney, do Maranhão, na forma de José Sarney, tendo sido Presidente da República e família Collor de Mello, do Alagoas, na forma de Fernando Collor de Mello, tendo sido senador e Presidente da República, sofrendo impeachment em 1992)
Após 1894, a Presidência da República foi ocupada por fazendeiros de café (oligarquias) de São Paulo e Minas Gerais, alternadamente. Essa política foi chamada de “política do café com leite”. As eleições para presidente e governadores eram comandadas pela Política dos Governadores, na qual eles tinham apoio mútuo para garantir as eleições de determinados candidatos. As trocas de favores também aconteciam entre políticos e grandes proprietários de terras. Eles se utilizavam do poder para controlar os votos da população, que ganhava favores (o chamado coronelismo).
(A brutal Guerra de Canudos, no interior da região nordeste – o Governo Federal massacrou milhares de pessoas neste evento pseudo-religioso da virada dos séculos 19 para 20)
Entre 1893 e 1926, vários movimentos, civis e militares, balançaram o país. Os movimentos militares tiveram suas origens tanto dentro do baixo escalão do Exército e Marinha (que, insatisfeitos com o regime, clamavam por mudanças democráticas), enquanto os movimentos civis, como a Guerra de Canudos e a Guerra do Contestado, eram normalmente liderados por líderes messiânicos, sem alvos políticos convencionais.
(O Brasil teve uma discreta participação no conflito global)
Internacionalmente, o país manteve uma conduta que se estendeu pelo século 20: uma política quase isolacionista, intercalada com acordos automáticos esporádicos com as maiores potências ocidentais, seus principais parceiros econômicos em tempos de turbulência. Destacam-se nesse período: a solução da questão do Acre, integrando-o ao território nacional, sua pequena participação na Primeira Guerra Mundial, da qual se destaca sua missão cumprida por sua Marinha na guerra anti-submarinos, e um esforço para ter um papel de destaque na Liga das Nações.