(Durante o século 16, a cana-de-açúcar dominou o Brasil através dos engenhos de moagem, como na ilustração acima)
Começando no século 16, as plantações de cana-de-açúcar cresceram nos chamados “engenhos” ao longo do litoral do nordeste e se tornou a base da economia e sociedade brasileiras; com a utilização de escravos em grandes plantações para fazer açúcar de exportação para a Europa. Em um primeiro momento, os colonos tentaram escravizar os nativos para trabalhar nos campos. Portugal foi o país pioneiro no sistema de plantações nas ilhas do Atlântico da Madeira e São Tomé, com trabalhos forçados, altos investimentos em maquinário, escravos e animais de trabalho. O cultivo extenso do açúcar era para um mercado de exportação, necessitando de terras que podiam ser adquiridas com relativamente poucos conflitos dos ocupantes locais.
(Escravos trabalhando nas enormes plantações de cana-de-açúcar)
Em 1570, a produção de açúcar do Brasil rivalizava com as plantações das ilhas do Atlântico. Em meados do século 17, os holandeses tomaram regiões produtivas no nordeste do Brasil, de 1630 a 1654, e tomaram as plantações. Quando os holandeses foram expulsos do Brasil, seguidos de um grande apoio dos luso-brasileiros e seus indígenas e aliados afro-brasileiros, os holandeses, assim bem como os britânicos e os franceses montaram uma indústria de plantação de açúcar baseada no modelo brasileiro, no Caribe. O aumento da produção e a competição significaram que o preço do açúcar caiu, e a participação do Brasil no mercado caiu. A recuperação do Brasil da incursão holandesa foi lenta, uma vez que batalhas ocorreram nas próprias plantações. Na Bahia, o tabaco era cultivado para o mercado de exportação da África. A colonização do Brasil e o desenvolvimento econômico do país ocorreu em grande parte ao longo de seu extenso litoral. A invasão holandesa demonstrou a vulnerabilidade do Brasil aos estrangeiros, e a Coroa respondeu com a construção de fortes e criando uma patrulha marítima para proteger a colônia.
(Os holandeses tomando um engenho de cana no estado da Paraíba, nordeste do Brasil)
A exploração inicial do interior do Brasil foi amplamente devida a aventureiros paramilitares, os bandeirantes, que entraram na selva em busca de ouro e escravos nativos. Entretanto, os colonos não conseguiram continuamente a escravizar os nativos, e os plantadores de açúcar portugueses logo começaram a importar milhões de escravos da África. As taxas de mortalidade dos escravos nos empreendimentos do ouro e do açúcar eram imensas, e frequentemente não haviam mulheres suficientes ou em condições apropriadas para repor a população de escravos.
(Com o fracasso da escravização dos índios, os portugueses começaram a importar milhões de africanos para serem escravos no Brasil)
(Os africanos se tornaram parte importante da população do Brasil e começaram a se misturar com os brancos europeus, dando origem aos mulatos – na foto, o mais famoso dos mulatos brasileiros, o gênio literário Machado de Assis)
Ainda assim, os africanos se tornaram uma parte substancial da população brasileira e muito antes do fim da escravidão, em 1888, eles começaram a se misturar com a população europeia-brasileira através da miscigenação, criando a “raça” dos mulatos.
(A linha divisória do Tratado de Tordesilhas, mediado pelo próprio Papa, que dividia a América entre Espanha – verde – e Portugal – amarelo)
Durante os primeiros 150 do período colonial, atraídos pelos vastos recursos naturais e uma terra virgem, outros poderes europeus tentaram estabelecer colônias em várias partes do território brasileiro, desafiando a decisão papal e o Tratado de Tordesilhas, que havia dividido o Novo Mundo em duas partes entre Portugal e a Espanha. Colonos franceses tentaram fundar uma colônia exatamente onde está o Rio de Janeiro, de 1555 a 1567 (a então chamada França Antártica), e na atual São Luís, estado do Maranhão, no nordeste, de 1612 a 1614 (a então chamada França Equinocial). Os jesuítas chegaram cedo e estabeleceram São Paulo, evangelizando os nativos. Esses nativos, aliados aos jesuítas, ajudaram os portugueses a expulsar os franceses.
(A vitória portuguesa na Batalha de Guararapes, que terminou com a presença holandesa no Brasil)
A malfadada intrusão holandesa ao Brasil durou mais tempo e causou mais problemas para Portugal. Os holandeses começaram a circular pelo litoral: saquearam a Bahia em 1604, e até mesmo temporariamente capturaram sua capital, Salvador. De 1630 a 1654, os holandeses se estabeleceram mais permanentemente no nordeste do país e controlavam um longo percurso de litoral, mais acessível à Europa, sem, entretanto, irem para o interior. Mas os colonos da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais no Brasil estavam em um constante estado de sítio, apesar da presença de John Maurice de Nassau como governador, em Recife. Após vários anos de guerra aberta, os holandeses foram embora em 1654. Poucas influências culturais e étnicas francesas e holandesas permaneceram dessas invasões sem sucesso, mas os portugueses após isso tentaram defender seu litoral mais vigorosamente.