(Plantação de café no interior de São Paulo no século 19 – o produto chegou a representar 75% das exportações brasileiras)
O cultivo do café foi introduzido no país em 1720, e em 1850 o Brasil já produzia metade de todo o café do mundo. O Estado criou um planejamento de mercado para proteger e encorajar a indústria. O maior produto de exportação no século 19 era o café, cultivado em plantações de larga escala na região de São Paulo. O distrito da Zona da Mata Mineira cultivava 90% do café na região de Minas Gerais durante o período das décadas de 1880 a 1920. A maioria dos trabalhadores eram homens negros, incluindo tanto escravos quanto libertos. Uma crescente leva de imigrantes italianos, espanhóis e japoneses proveram o aumento da força de trabalho. Enquanto ferrovias eram construídas para transportar os grãos de café ao mercado, elas também ofereciam transporte interno necessário tanto para cargas quanto para passageiros, assim como provendo oportunidades de trabalho para uma grande força trabalhadora qualificada. No início do século 20, o café representava 16% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, e três quartos dos ganhos com exportações.
(Plantação de café moderna, nos dias de hoje, ainda em curso. Esta é uma fazenda em Minas Gerais e o café brasileiro é reconhecido por ser um dos melhores do mundo)
Os plantadores e exportadores tinham grandes papéis na política; entretanto, historiadores debatem se eles eram ou não as pessoas com mais poder no sistema político da época. Antes da década de 1960, os historiadores geralmente ignoravam a indústria do café. O café não era uma das principais indústrias durante o período colonial. Em qualquer localidade que fosse, a indústria do café florescia por algumas poucas décadas e então se mudava, pois o solo perdia sua fertilidade; desse modo, ela não foi enraizada na história de nenhuma localidade em particular. Após a independência, as plantações de café eram associadas à escravidão, subdesenvolvimento e uma oligarquia política, e não o desenvolvimento moderno do estado e da sociedade. Os historiadores hoje reconhecem a importância da indústria, entretanto.
(Pintura mostrando Manaus antes do ciclo da borracha, uma pequena vila, aqui, na década de 1860)
A explosão no cultivo da borracha na Amazônia, entre as décadas de 1880 a 1920, remodelou radicalmente a economia amazônica. Por exemplo, ela transformou o pobre e remoto vilarejo no meio da selva de Manaus em um centro urbano sofisticado e progressista, com uma população cosmopolita que patrocinava o teatro, sociedades literárias, lojas de luxo e apoiavam boas escolas.
(A enorme expansão de Manaus, aqui em meados do século 20. A cidade é hoje uma das maiores do Brasil e um grande polo industrial)
Em geral, as características-chave da explosão da extração da borracha incluíam plantações dispersas e uma forma duradoura de organização, mas ainda assim não respondiam à competição asiática. A explosão na extração da borracha teve grandes efeitos a longo prazo: as terras privadas se tornaram o padrão de posse de terras demarcadas; redes de comércio foram construídas pela Bacia Amazônica; a troca se tornou a principal forma de comércio; e os povos nativos normalmente eram retirados das terras. A explosão da borracha estabeleceu firmemente a influência do Estado sobre a região. Essa explosão terminou abruptamente na década de 1920, e os níveis de renda voltaram a ser os mesmos da década de 1870. Houve um grande efeito negativo no frágil ecossistema da Amazônia.