História: Período Pré-Colonial | Viagens ao Extremo | Brasil



HISTÓRIA

PERÍODO PRÉ-COLONIAL

História

PERÍODO PRÉ-COLONIAL

(Os povos de língua tupi antiga habitavam a maior parte do litoral brasileiro no século 16)

Quando os exploradores portugueses chegaram no Brasil, a região estava habitada por centenas de tribos diferentes, “a mais antiga chegando há 10 mil anos de idade nas terras altas de Minas Gerais”. A datação das origens dos primeiros habitantes, que eram chamados de “índios” pelos portugueses, ainda é tópico de debate entre os arqueólogos. A mais antiga peça de cerâmica já encontrada no hemisfério ocidental, datada por radiocarbono, tinha 8 mil anos e foi escavada na bacia do Amazonas, no Brasil, próximo a Santarém, atual estado do Pará, dando assim provas para contradizer o pensamento comum na época que a região tropical da floresta era muito pobre em recursos para ter abrigado uma cultura pré-histórica complexa. A corrente mais amplamente aceita de antropólogos, linguistas e geneticistas é que as antigas tribos eram parte de uma primeira leva de migrantes caçadores que chegaram às Américas pela Ásia, ou por terra, pelo Estreito de Bering (Rússia / Alaska), ou por rotas litorâneas ao longo do Pacífico, ou ambos.

(A Cordilheira dos Andes teve um papel crucial na separação dos povos da América do Sul. Com o enorme desenvolvimento da civilização Inca do outro lado da cordilheira, acaba-se ofuscando a história dos nativos do Brasil)

Os Andes e as cadeias de montanhas do norte da América do Sul criaram uma fronteira natural bem delimitada, e também cultural entre as civilizações agrárias sedentárias da costa oeste do continente e as tribos semi-nômades do leste, que nunca desenvolveram a escrita ou uma arquitetura monumental permanente, como os Incas fizeram em famosos locais, como Machu Picchu. Por essa razão, pouco se sabe sobre a história do Brasil antes de 1500. Achados arqueológicos (principalmente cerâmica) indicam um padrão complexo de desenvolvimentos culturais regionais, migrações internas, e esporádicas federações grandes que de longe lembram a ideia de um Estado.

(Na época do descobrimento, a maior parte dos nativos vivia no litoral e acabaram se deparando cara a cara com os portugueses)

Na época do descobrimento europeu, o território do atual Brasil possuía pelo menos duas mil tribos. Os povos indígenas eram em sua maioria tribos semi-nômades que viviam da subsistência da pesca, caça e agricultura migratória. Quando os portugueses chegaram em 1500, os nativos viviam principalmente ao longo do litoral e ao longo das margens dos rios principais.

(O tronco do pau-brasil, árvore em abundância nas terras recém-descobertas, foi a primeira exportação do Brasil para a Europa pela sua capacidade de produzir tinta vermelha)

Guerras entre tribos, canibalismo e a busca incessante pelo pau-brasil por sua rica tinta vermelha convenceram os portugueses de que eles deveriam cristianizar os nativos. Mas os portugueses, assim como os espanhóis em suas colônias na América do Sul, tinham trazido, sem saber, doenças com eles, contra muitas os nativos sendo completamente indefesos por não possuírem imunidade. Sarampo, catapora, tuberculose, gonorreia e a gripe mataram dezenas de milhares de povos indígenas. As doenças se espalharam rápido pelas rotas de comércio indígenas, e tribos inteiras foram aniquiladas sem sequer terem tido contato com os europeus.

(Vicente Pinzón: o verdadeiro descobridor do Brasil? Não teria tomado posse da terra pois, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, já pertencia a Portugal)

Existem muitas teorias sobre quem foi o primeiro europeu a colocar os pés na terra que hoje se chama Brasil. Além da amplamente aceita visão da descoberta de Cabral, alguns dizem que foi Duarte Pacheco Pereira, entre novembro e dezembro de 1498 e alguns dizem (com mais provas) que o Brasil primeiro foi visto por Vicente Yáñez Pinzón, um navegador espanhol que acompanhou Colombo em sua primeira viagem de re-descoberta da América (a América já havia sido descoberta no ano 1000 pelo islandês Leifur Eiríksson, com provas arqueológicas), tendo chegado supostamente na região onde hoje se encontra o estado de Pernambuco, região nordeste, em 26 de janeiro de 1500, mas não pode reclamar as terras para a Espanha pois estavam do lado português do Tratado de Tordesilhas. Em abril de 1500, o Brasil foi reivindicado para Portugal na chegada da esquadra portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral. Os portugueses encontraram nativos utilizando pedras divididos em várias tribos, muitos dos quais compartilhavam a mesma família linguística tupi-guarani, e lutavam uns com os outros. Após a chegada europeia, a maior exportação da nova terra foi um tipo de árvore que os mercadores e colonos chamaram de pau-brasil (palavra latina para o vermelho como o âmbar), uma árvore grande cujos troncos faziam uma tinta vermelha valiosíssima na Europa, e que foi quase extinta como resultado de sua superexploração.

(As capitanias hereditárias foram a primeira forma de divisão do Brasil por Portugal, que estava desinteressado no país e concedeu estas vastas terras a nobres portugueses administrarem)

Até 1529, Portugal tinha muito pouco interesse no Brasil principalmente devido aos seus altos lucros através do seu comércio com a Índia, China e Índias Orientais. Essa falta de interesse permitiu que mercadores, piratas e indivíduos privados de vários países pegassem a valiosa árvore do pau-brasil em terras de posse portuguesa, então a Coroa Portuguesa arranjou um sistema para efetivamente ocupar o Brasil, sem pagar nada por isso. Através do sistema das capitanias hereditárias, o Brasil foi dividido em faixas de terra que foram doadas a nobres portugueses que, por sua vez, eram responsáveis pela ocupação e administração da terra e respondiam ao rei. O sistema foi um fracasso – somente quatro lotes foram ocupados com sucesso: Pernambuco, São Vicente (mais tarde chamada São Paulo), Ilhéus e Porto Seguro. As capitanias gradualmente foram revertidas para a Coroa e se tornaram províncias e, por fim, estados do país.