História: Rebeliões de escravos | Viagens ao Extremo | Brasil



HISTÓRIA

REBELIÕES DE ESCRAVOS

História

REBELIÕES DE ESCRAVOS

(Cena cotidiana da vida no Quilombo dos Palmares, onde os escravos fugidos se reuniram, liderados por Zumbi)

Rebeliões de escravos eram frequentes até que a prática da escravidão foi abolida em 1888. A mais famosa das revoltas foi a liderada por Zumbi dos Palmares. A colônia que ele estabeleceu, chamada de Quilombo dos Palmares, era uma república autossustentável de escravos fugidos das colônias portuguesas no Brasil, e era “uma região talvez do tamanho de Portugal no interior da Bahia”. Em seu auge, a população de Palmares chegou aos 30 mil habitantes. Forçados a defender-se contra os repetidos ataques do poder colonial português, os guerreiros de Palmares eram especialistas em capoeira, uma arte marcial desenvolvida no Brasil por escravos africanos no século 16.

(Pintura considerada a “oficial” do líder negro Zumbi dos Palmares)

Um africano conhecido somente como Zumbi nasceu livre em Palmares em 1655, mas foi capturado pelos portugueses e dado a um missionário, Padre António Melo quando ele tinha aproximadamente 6 anos de idade. Batizado como Francisco, a Zumbi foram ensinados os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava na missa diária. Apesar das tentativas de “civilizá-lo”, Zumbi fugiu em 1670 e, aos 15 anos de idade, retornou ao seu local de nascimento. Zumbi ficou conhecido pelo seu porte físico e ferocidade quando em batalha e era um respeitado estrategista militar na época que tinha seus vinte e poucos anos.

(Ganga Zumba, líder de Palmares que entrou em sérios conflitos com Zumbi)

Em 1678, o governador da capitania de Pernambuco, Pedro Almeida, cansado do longo conflito com Palmares, aproximou-se de seu líder Ganga Zumba com um ramo de oliveira. Almeida ofereceu a liberdade para todos os escravos fugidos se Palmares se submetesse à autoridade portuguesa, uma proposta que Ganga Zumba viu como favorável. Mas Zumbi desgostava imensamente dos portugueses. Mais adiante, ele se recusou a aceitar a liberdade para o povo de Palmares, enquanto outros africanos permanecessem escravos. Ele rejeitou a proposta de Almeida e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Determinado a continuar a resistência de Palmares à opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder de Palmares.

(Finalmente Palmares entrou em guerra com os portugueses, com a derrota de Zumbi)

Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança de Palmares, os comandantes militares portugueses Domingos Jorge Velho e Vieira de Mello montaram uma artilharia de assalto no quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694, após 67 anos de incessantes conflitos com os cafuzos e negros de Palmares, os portugueses obtiveram sucesso ao destruir a Cerca do Macaco, a colônia central da república. Os guerreiros de Palmares não estavam à altura da artilharia portuguesa. A república caiu, e Zumbi foi ferido. Apesar de ter sobrevivido e escapado dos portugueses, ele foi traído e capturado quase dois anos depois e decapitado no local em 20 de novembro de 1695. Os portugueses transportaram a cabeça de Zumbi para o Recife, onde ela foi colocada em exposição na praça central como prova que, ao contrário da lenda popular entre os escravos africanos, Zumbi não era imortal. Isso também foi feito como um aviso do que aconteceria com outros se tentassem ser tão bravos quanto ele. Restos dos antigos quilombos continuam a existir na região até hoje.