(José Sarney fazendo o juramento para exercer o cargo de primeiro presidente da república civil após os 21 anos de regime militar)
Tancredo Neves foi eleito presidente em uma eleição indireta em 1985, uma vez que o comando da nação passava novamente para os civis. Ele morreu antes de assumir o cargo, e o vice-presidente-eleito, José Sarney, assumiu o cargo em seu lugar.
(Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto desde a ditadura militar, no período mais conturbado da economia brasileira. Na foto, Collor no dia de sua posse)
Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito pelo voto popular desde o regime militar, em dezembro de 1989, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva em uma corrida presidencial de dois turnos e 35 milhões de votos. Collor venceu no estado de São Paulo, contra muitas figuras políticas proeminentes. O primeiro presidente eleito democraticamente no Brasil em 29 anos, Collor passou muito dos anos iniciais do seu governo batalhando contra a hiperinflação, que chegou a atingir os 25% ao mês.
(Fernando Henrique Cardoso, ex-Ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, após a queda de Collor, e criador da atual moeda brasileira, o real, toma posse como presidente)
O programa neoliberal de Collor foi também seguido por seu sucessor, Fernando Henrique Cardoso, que manteve o livre comércio e programas de privatizações. A administração Collor começou o processo de privatização de várias empresas estatais, tais como a Acesita (fabricante de aço), Embraer (fabricante de aeronaves – que acabou se tornando a terceira maior do mundo no segmento), Telebrás (telecomunicações) e a Companhia Vale do Rio Doce (mineração). Com exceção da Acesita, as privatizações foram todas completas durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso.
(Itamar Franco, vice-presidente do Brasil na administração Collor, tomou posse como presidente após a aprovação do impeachment de Collor em 1992)
Após o impeachment de Collor, o presidente em exercício, Itamar Franco, foi empossado como presidente. Em eleições ocorridas em 3 de outubro de 1994, Fernando Henrique Cardoso, seu Ministro da Fazenda (Economia), derrotou o esquerdista Lula da Silva novamente. Ele foi eleito presidente devido ao sucesso do chamado Plano Real. Reeleito em 1998, ele guiou o Brasil através de uma onda de crises financeiras. Em 2000, Fernando Henrique ordenou que se retirasse a confidencialidade de alguns documentos militares sobre a Operação Condor, uma rede de ditaduras militares sul-americanas que sequestravam e assassinavam oponentes políticos.
(Após várias tentativas, Lula conseguiu ser eleito presidente da república em 2002. Na foto, o momento em que ele sobe a rampa do Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo do Brasil)
O problema mais grave do Brasil hoje é sua enorme desigualdade na distribuição de renda e salário, uma das mais extremas do mundo. Na década de 1990, mais de um em cada quatro brasileiros continuavam a sobreviver com o equivalente a menos de um dólar ao dia. Essas contradições socioeconômicas ajudaram a eleger Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2002.
(Com temores dos investidores sobre como seriam as políticas econômicas de esquerda de Lula, o real, moeda nacional, se desvalorizou muito e o Brasil viveu um momento de crise até pouco tempo após a posse de Lula em 2003)
A poucos meses antes da eleição, os investidores ficaram com medo da plataforma de campanha de Lula para mudança social e sua identificação no passado com sindicatos e ideologias de esquerda. À medida que sua vitória ficava mais certa, o real se desvalorizou e o grau de risco de investimento no Brasil despencou (as causas desses eventos são debatidas, pois Fernando Henrique deixou poucas reservas em moeda estrangeira em caixa). Após assumir o cargo, entretanto, Lula manteve as políticas econômicas de Fernando Henrique, avisando que as reformas sociais levariam anos e que o Brasil não tinha alternativa a não ser estender as políticas de austeridade fiscal. O real e o grau de risco do país logo se recuperaram.
(Logotipo do programa “Fome Zero”, uma das metas pessoais de Lula e vitrine social do seu governo)
Lula, entretanto, deu um aumento substancial ao salário mínimo (aumentando de R$ 200 para R$ 350 em quatro anos). Lula também encabeçou leis para cortar drasticamente benefícios de aposentadorias de servidores públicos. Sua iniciativa social primária significativa, por outro lado, foi o programa “Fome Zero”, pensado para dar aos brasileiros três refeições por dia.
(O governo Lula sofreu com acusações de corrupção, mas o presidente na época conseguiu se manter fora dos acontecimentos – somente anos depois, e por outras acusações, Lula foi preso em 2018. Na foto, julgamento dos casos de corrupção na época pelo Supremo Tribunal Federal)
Em 2005 o governo de Lula sofreu um sério baque com muitas acusações de corrupção e mau uso da autoridade contra seu gabinete, forçando alguns de seus membros a renunciar. A maioria dos analistas políticos na época tinham certeza que a carreira de Lula estava arruinada, mas ele conseguiu se manter no poder, parcialmente por destacar os alcances do seu mandato (por exemplo, redução da pobreza, desemprego e dependência de recursos externos, como o petróleo), e por se distanciar do escândalo. Lula foi reeleito presidente nas eleições gerais de outubro de 2006.
(A primeira mulher presidente do Brasil – no centro da foto – foi também a primeira mulher a sofrer um impeachment, Dilma Rousseff. Ao lado esquerdo da foto, o então vice-presidente Michel Temer, que assumiria a presidência após a queda de Dilma. Do outro lado está Lula)
Tendo cumprido dois mandatos como presidente, Lula estava impedido pela Constituição do Brasil a concorrer novamente. Na eleição presidencial de 2010, a candidata do PT foi Dilma Rousseff. Dilma ganhou e assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2011 como a primeira presidente mulher do país.
(Protestos gigantescos ocorreram em todo o país em 2013 contra o governo Dilma, que acabou sofrendo um processo de impeachment)
Protestos de muitos milhares de pessoas por todo o país ocorreram em 2013 e 2014, primariamente pelo valor das tarifas de transporte público e pelos gastos do governo na Copa do Mundo da FIFA de 2014. Dilma enfrentou um conservador desafiador, Aécio Neves, para sua reeleição no segundo turno em 26 de outubro de 2014, mas conseguiu se manter no poder com pouco mais de 51% dos votos. Os protestos retornaram em 2015 e 2016 em resposta a um escândalo de corrupção e uma recessão que começou em 2014, resultando no impeachment da presidente Dilma em agosto de 2016, assumindo seu posto o vice-presidente, Michel Temer. Em 2016, o Rio de Janeiro foi a sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, fazendo da cidade a primeira cidade sul-americana e falante do português a sediar os eventos, e a terceira vez que os jogos ocorreram no hemisfério sul.