Televisão no Brasil: Expansão e início da Rede Globo | Viagens ao Extremo | Brasil



TELEVISÃO NO BRASIL

EXPANSÃO E INÍCIO DA REDE GLOBO

Televisão no Brasil

EXPANSÃO E INÍCIO DA REDE GLOBO

(Em 1965, entrava no ar a Rede Globo de Televisão)

A televisão se tornou uma mídia de massa no Brasil mais cedo do que nos países em desenvolvimento. A ditadura militar que tomou o poder em 1964 viu a comunicação audiovisual como uma ferramenta para criar uma identidade nacional mais forte, uma economia consumista mais ampla, e o controle das informações políticas. Os militares “empurraram” a televisão mais fundo na população ao subsidiar créditos para compra de aparelhos, construindo sistemas nacionais de microondas e de satélite, o que permitiu o crescimento da Rede Globo, a quem eles escolheram como parceira privilegiada. A TV Excelsior, contrária ao regime, por sua vez, foi forçada a fechar as portas após perder a cota de comerciais do governo.

(A Rede Globo, favorecida pelo regime militar, cresceu exponencialmente. Na foto, sua sede na época da fundação)

A Globo, lançada alguns meses após o golpe de 1964, criou a primeira rede nacional verdadeira no final dos anos 1960. A censura das notícias era intensa sob os governos militares entre 1966 e 1978, mas isso também encorajou a produção de programas de televisão nacionais. No início dos anos 1970, vários ministros do governo pressionaram as redes comerciais a desenvolverem mais programação brasileira e reduzir o número de programas importados, em especial aqueles com conteúdo violento ou com conteúdo sexual. Enquanto a Globo adotou um modelo internacional de operações, 90% do seu conteúdo era produzido no Brasil.

(Beto Rockfeller, um marco para o desenvolvimento das telenovelas no Brasil)

Os anos 1960 representaram um período de formação para o desenvolvimento da televisão. As telenovelas eram muito moldadas como as dos outros países latino-americanos, até mesmo com a utilização de roteiros importados, mas durante essa década elas foram desenvolvidas a um gênero muito mais sofisticado, especialmente após a transmissão de Beto Rockfeller, uma história bem produzida de um homem bem de vida do Rio de Janeiro, em 1968, pela TV Tupi. Nos anos 1970, as telenovelas eram os programas mais populares e dominavam o horário nobre na maior parte das maiores emissoras, Globo e Tupi. A Globo, em particular, começou a atrair grandes roteiristas e atores, tanto do cinema quanto do teatro, para atuar em suas telenovelas. As novelas brasileiras se tornaram boas o suficiente, como entretenimento comercial para a televisão, para serem exportadas através da América Latina, Leste Europeu, Ásia e África. As exportações brasileiras chegaram a mais de cem países e os programas se tornaram comumente grandes sucessos internacionais. É o caso em particular das telenovelas de época, tais como Escrava Isaura.

(Os programas de auditório se tornaram mania nacional. Na foto, Silvio Santos, o maior nome de todos os tempos de programas de auditório e também da TV brasileira como um todo, que possui seu programa até hoje aos domingos)

Outro grande gêneros dos anos 1960 era o programa de auditório, um programa ao vivo misturando jogos, charadas, entretenimento profissional e amador, comédia e discussão. Os programas de auditório foram e ainda são extremamente populares com as classes mais baixas e média da população e, de acordo com analistas como Sérgio Miceli, tiveram um papel extremamente importante em atrair essas classes para serem telespectadores. O nome expoente desse tipo de programa foi e é até hoje Silvio Santos, que chegou a trabalhar na Rede Globo e conseguiu fundar seu próprio canal, o SBT. Leia mais sobre ele e sua importância aqui: Silvio Santos e o SBT.